Dossiê anônimo pede ao MPF perseguição e censura contra alunos da UniRio 114j5t
Um aluno da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) montou um dossiê contendo informações pessoais de outros 16 estudantes da mesma instituição acusando-os de incentivar “atos de terrorismo” e fazer parte de “grupos subversivos”. O dossiê foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF), que agora pede esclarecimentos à reitoria da UniRio sobre as situações relatadas. s5k4w
Além de investigar por conta própria e invadir a privacidade dos alunos – que ele chama de “vagabundos” –, incluindo nome, endereço, foto, telefone, e número de documentos pessoais, o denunciante se baseia e inverte a mesma lógica da perseguição de que se diz vítima, acusando de perseguirem colegas por motivações políticas, sem apresentar qualquer prova para os supostos crimes alegados. O acusador sugere a quebra de sigilo telefônico e de aplicativos de troca de mensagens para aí então serem obtidas as provas.
A Rádio Brasil Atual teve o ao dossiê e a jornalista Marilu Cabañas conversou nesta quarta-feira (6) com o secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio, Álvaro Quintão, a respeito do pedido de explicações à UniRio. Para ele, montagem de dossiês com acusações políticas contra pessoas não remete a práticas apenas do período recente da ditadura civil-militar no país, mas do século 17, quando não havia liberdade de opinião.
Quintão, que também preside a Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio de Janeiro, chama a atenção que esse processo já havia sido arquivado, por falta de elementos que colaborassem com as denúncias apresentadas. Ele diz “estranhar” o desarquivamento pelo procurador da República Ricardo Martins Baptista. “Não se sabe o que motivou esse desarquivamento. Na minha opinião, o primeiro arquivamento estava correto. É uma denúncia sem nenhum tipo de fundamento, sem nenhuma base legal para prosseguimento”.
Segundo o denunciante, como o resultado das últimas eleições, vencidas por Jair Bolsonaro, não foi favorável à esquerda, esse grupo estaria agora “querendo atacar não só a nossa ordem”, como a segurança da população e a soberania nacional – o intuito, diz o aluno, é atacar o estado de direito. Além da perseguição a alunos “que não votaram no candidato vencido”, o denunciante alega que o grupo promoveria ações de vandalismo na universidade, e também estaria ligado a prática de aborto ilegal. Professores também estariam prejudicando “aqueles que não votaram na esquerda”. “É difícil acreditar que estejamos vivendo momentos como esse. Fiquei perplexo quando vi não só o documento, mas também o Ministério Público dando prosseguimento a esse tipo de ação com base em depoimentos dessa natureza”, diz o representante da OAB.
As informações são do site da Rede Brasil Atual.
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